Viver ou morrer

Dizem que quando fica difícil é que a coisa anda... Só sei que as palavras são árduas, sempre, e que se materializam em obstáculos altos demais, pra quem quiser pular... Podia ser um suicídio ou só uma janela baixa. Podia ser só caderno, pra sempre secreto. Podia ser vários rascunhos, que seguidamente apagados se perdem. Mas também podia ser a chuva, que nunca pára de cair. O sim e o não estão à espreita. Nunca param de me perseguir, e principalmente aquele incômodo meio-termo. A escolha é categórica, e com a crueldade sutil que só ela sabe ter, me apressa: É viver ou morrer.

Notebook à la Cristina

Nenhum analista pode me analisar. Eu sou bem pior do que você, maluca esfinge desvairada. E te odeio. E gosto disso.

Guardo bem os meus segredos, sou folha branca, me dissequem mas nada encontrem além dos órgãos podres restados.

Literatura não é documento e percebo respostas na vigília, na pouca luz que se insinua, percebo verdades estalando nesse mundo de sujeira e pó.

Minhas mentiras não servem qualquer olhar. Te intrigo. E me alargo.

O cheiro da manhã me liberta.

Injustiça

Hoje, passo a noite comendo restos, assistindo a filmes péssimos e pensando com trincar de dentes e roer de unhas. Odiando. Repensando crises e julgando decisões.

Hoje, seu veredicto é:
CULPADO.

Quarta-feira

Hoje acordei azul,
mas você me botou cinza.

Lá se foi meu carnaval...