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domingo, fevereiro 28, 2010

Parfois,

je crois qui je t'aime...

segunda-feira, setembro 29, 2008

I'm all right

I wish this could be always the soundtrack of my life...

and I wish it could be the rain
the computer turned on under the lamp
my feet protected with socks at the cold weather
the sound of jazz and a woman's voice
football games
the windows all wet
the noise of the rain
my lonely nails
my lonely bed
my lone and silent readings
the books by my side
a concert on tv and caetano's voice
making me sleep at maybe 2 a.m.
with memories of distant people
living on distant places
at very cold cities
(but still at the same continent)
my weird and unexperient english writing
on a quiet, quiet sunday night...

segunda-feira, março 17, 2008

Do desejo

se o tempo fosse um mar
e se o mar tivesse fendas
links
lacunas
entrelinhas

vôos diretos pra Bahia ou pra Argentina

era nele que eu mergulhava
me encharcando de todo o sal

quinta-feira, dezembro 13, 2007

Porque Adília, mesmo que pela milésima vez, ainda me surpreende

Para foder, nestes tempos que correm, parece que é preciso um escafandro. As pessoas pensam muito em foder. E sofrem muito quando não fodem. Quem não pensa em foder está fodido. Mas as pessoas fodem e não são felizes.
[Lopes, Adília. Irmã barata, irmã batata,Lisboa: Angelus Novus, 2000]

quarta-feira, dezembro 12, 2007

Sobre cores e guarda-chuvas

A tarde cai
a chuva cai
pela janela
um corpo cai

é o homem de óculos escuros quem grita
how does it feel?
enquanto a moça de cabelos longos
e flores no vestido responde
cry, baby
with no direction home, like a complete unknown...

em tardes assim, prefiro lennon
lou reed
retorno às raízes com velvet e até led

nada comparável ao peso das guitarras
nem a chuva
os trovões
talvez uma provável aparição da poeta

com seus guarda-chuvas impossíveis
as mãos geladas
como bebidas doces
afinal é verão
e a chuva um dia cessa
e nada pode ser mais difícil
que ancorar um navio no espaço

you used to be so proud...
but now you've got nothing to lose, no secrets to conceal

paredes rosas, roxas ficam alaranjadas
my soul turns blue
all the way enquanto a kombi de miss sunshine atravessa a estrada aberta em cores
diluída em holywood
mesmo set de filmagem

estrelas solitárias reaparecem e cintilam
como a comprovar sua maior loucura

de repente a psicodelia dos teclados ganha forma
textura
cor
e elas piscam como estrelas numa cena comum
luzes de boogie nights fosforescentes

sei que o cheiro de incenso vem da janela de baixo
vizinhos não assistem televisão
e os caminhos são os mesmos
longos caminhos onde
a moça de cabelos longos acena de longe como a dizer
just a little bit harder
sumindo no pó da estrada

o homem de óculos escuros agora usa um chapéu
ele se volta
como a compreender
e talvez pense
the times they are A - Changin'

(If tomorrow never comes?
ainda estaremos bem
e nada pode com o maior mistério
esse que nunca se explica
e que habita
os menores gestos
expondo-se apenas em secretas
pequenas epifanias)

quinta-feira, dezembro 06, 2007

Say it isn't so

"Esquecer é a grande dádiva com a qual não fomos suficientemente premiados."


[LUNARDI, Adriana, "Ana C.", In: Vésperas, Rio de Janeiro: Rocco, 2002]

segunda-feira, novembro 19, 2007

Dama da noite

Ele é de um jeito que ainda não sei, porque nem vi. Vai olhar direto para mim. Ele vai sentar na minha mesa, me olhar no olho, pegar na minha mão, encostar seu joelho quente na minha coxa fria e dizer: vem comigo. É por ele que eu venho aqui, boy, quase toda noite. Não por você, por outros como você. Pra ele, me guardo. Ria de mim, mas estou aqui parada, bêbada, pateta e ridícula, só porque no meio desse lixo todo procuro O Verdadeiro Amor. Cuidado comigo: um dia encontro.
[ABREU, Caio Fernando, Os dragões não conhecem o paraíso, p. 97-98]