Do abafado de dentro
se te empurro abafada e cortante
como o vento dessa noite fria
é que restam ainda vestígios de memória
em dissoluto
e se as sobras não mais nos contentam
é que temos jogá-las fora
e carrego - enquanto posso -
o peso do sorriso aberto
nas flores que ainda existem
pisei com tortura
e caos - mas essa ausência
só Drummond soube explicar
e é audácia tentar dizer
complementar sentimento sabido
e cantado
com palavras novas
e árduas
densas para um momento brusco
e pesado nas costas
se te empurro atordoada e fria
é que ainda te amo e sinto
a impossibilidade da palavra
escrita, falada, de gestos
em forma de gás ou líquido
e enterro-a no chão bem sólida
como quem nada mais deseja
mas querendo mesmo tudo
desejando abarcar teus olhos
que perdi
em noites alheias
e que sozinha me fico
na escuridão do corpo
e da alma - afogados inertes
fogo que arde e machuca e resiste
ausência: fachada provisoriamente
fechada
para balanço
ou redemoinhos....
como o vento dessa noite fria
é que restam ainda vestígios de memória
em dissoluto
e se as sobras não mais nos contentam
é que temos jogá-las fora
e carrego - enquanto posso -
o peso do sorriso aberto
nas flores que ainda existem
pisei com tortura
e caos - mas essa ausência
só Drummond soube explicar
e é audácia tentar dizer
complementar sentimento sabido
e cantado
com palavras novas
e árduas
densas para um momento brusco
e pesado nas costas
se te empurro atordoada e fria
é que ainda te amo e sinto
a impossibilidade da palavra
escrita, falada, de gestos
em forma de gás ou líquido
e enterro-a no chão bem sólida
como quem nada mais deseja
mas querendo mesmo tudo
desejando abarcar teus olhos
que perdi
em noites alheias
e que sozinha me fico
na escuridão do corpo
e da alma - afogados inertes
fogo que arde e machuca e resiste
ausência: fachada provisoriamente
fechada
para balanço
ou redemoinhos....